Horizonte amarelo

Horizonte amarelo

Após noites escuras e frias, amanhecia sempre igual... Tudo era em preto e branco. Lembranças e mágoas inundavam aquele rosto emudecido, sisudo, pesado... Uma ruga de tristeza esboçava um ar perene na testa daquela mulher, agora sozinha e infeliz! Seu mundo perdera o colorido... O tempo passara lento, mas com uma sabedoria imensurável! Noites vinham escuras e dias brancos eram parceiros do tempo e, este pintara em amarelo um horizonte a sua frente!... Fora enganada, acreditara na grandeza de um ser pequeno e desprezível. “Burra”, muitos a chamaram assim. E ela ingênua e generosa! Que bom, nem todas as pessoas são más, trapaceiras, vis e mentirosas... Que mulher... Coração aberto, nem as frias noites, nem os dias em preto e branco, nem aquela ruga triste, hoje sinal de aprendizado e sabedoria, haviam lhe tirado a nobreza de AMAR, de ACREDITAR na vida, na sublime missão que é viver! O tempo: Este cheio de sabedoria se encarregou de esquentar as noites, colorir seus dias e pintar um arco-íris no horizonte... Aquele AMARELO de outrora se misturou às cores e deu significado novo... Talvez os olhares despercebidos nem se dessem conta daquela cor, cujo passado foi sinônimo de desencanto e tristeza. Tudo tem seu momento, sua cor e sua história. Assim olhar para trás com a serenidade e leveza de uma mulher, cuja grandeza maior está na essência de gente que faz, levanta, sacode a poeira e dar a volta por cima.